Desde as suas remotas origens, em 1851, que os álbuns fotográficos revelam os múltiplos campos de aplicação da fotografia e as complexas relações entre a fotografia e o universo editorial, mediando a laboriosa reprodução mecânica da fotografia e a difusão alargada que interessava aos editores livreiros. Para além dos seus referentes imediatos e conteúdos de comunicação, a fotografia é potenciadora de diferentes processo de trabalho (técnico e conceptual) e instrumento de múltiplas linguagens. Estes álbuns nutrem-se dos diversificados usos da fotografia e constituem-se a partir de acervos de amadores ou profissionais –jornalistas, artistas, coreógrafos, colecionadores, cineastas, historiadores, arquitetos e outros,– dando evidência às múltiplas valências e aos variados mecanismos de comunicação da fotografia. Estas edições fotográficas divulgam materiais e processos de trabalho que continuam invisíveis e de acesso condicionado, disponibilizando-os enquanto ferramentas de pensamento de e sobre diversos autores. Apesar da reprodutibilidade tecnológica da fotografia assegurar a sua pública difusão, a limitação da impressão fotográfica no formato de livro tende a construir um universo organizado e autónomo que não substitui o acesso mais livre e direto ao arquivo de fotógrafos e ao seu trabalho com a fotografia. Esse será o campo de trabalho deste novo projeto de edição de “álbuns fotográficos”.
Cada álbum fotográfico, constituído como um pequeno universo de documentos –incluindo material gráfico, fotográfico, literário, crítico e biográfico –reflete o contexto de trabalho e arquivo dos seus autores. A acumulação regular de participações permitirá tornar evidentes as muitas formas e expressões da fotografia que se escondem para além da imagem final e solitária.
Os álbuns fotográficos são impressos digitalmente sobre papel fotográfico, sob-encomenda e em edições de 100 exemplares (+10 exemplares fora do comércio).